quinta-feira, 6 de junho de 2013

Resenha: Black Sabbath - 13 (2013)

Título do álbum: 13.
Artista/Banda: Black Sabbath.
Gravação: agosto de 2012 á janeiro 2013.
Lançamento: 10 de junho de 2013.
Gênero(s): Heavy Metal.
Duração: 53:18 aproximadamente.
Gravadora(s): Vertigo (RU) e Universal (EUA).
Produção: Rick Rubin.




Talvez o álbum 13, seja o mais esperado de toda a história do Heavy Metal. Afinal, trata-se apenas do novo trabalho dos patronos do estilo, com a formação que devastou o mundo da música nos anos ’70. Ninguém esperaria, nem mesmo a banda, que mesmo depois de 35 anos do lançamento de Never Say Die! (1978) – que foi o amargo desfecho da era de ouro da carreira de Iommi e Cia. – ainda existiria tanta adoração encima de um grupo considerado “morto”, que após a saída de Ozzy nunca se estabilizou, sofrendo sempre com muitos altos e baixos em toda sua trajetória.
A verdade é que o Sabbath está ainda muito vivo, mais vivo até do que em suas muitas encarnações nos anos ’80 e ’90, mais até do que com Ronnie James Dio em uma caricatura de si mesmo no Heaven & Hell. Isso tudo, devido ao simples fato de rolar aquela química mística entre seus membros originais, que mesmo sem o excelente Bill Ward (excluído por motivos que não precisam ser citados agora) conseguiram refazer aquele som denso e pesado que ganhou o mundo, agora um pouco mais afastado do Heavy Blues dos primeiros álbuns e mais próximo do som metálico de quem foram criadores, mera questão de evolução.
Avaliando o desempenho musical, podia-se pensar com certo preconceito que os “vovôs” do Metal não dariam conta do recado, muito pelo contrario, eles no alto de seus sessenta e poucos anos provaram que muita banda mais nova não merece nem afinar seus instrumentos. Iommi como sempre, vem com seus poderosos riffs que parecem sim com alguns do seu clássico arsenal guitarrístico, mas sem perder o brilho. Geezer o músico da banda em melhor forma, cria aquele clima obscuro e impenetrável, sublinhando com suas linhas de baixo a descarga de riffs e solos de Iommi. Ozzy se sai melhor que em seus últimos trabalhos solo, sem cantar bem (e quando foi que ele cantou?), mas também sem comprometer o resultado final, talvez seu carisma como frontman em cima de um palco compense sua voz bucólica. Já o contestado Brad Wilk (Rage Against the Machine; Audioslave), mostra que não mereceu as duras criticas feitas a ele antes mesmo de alguém ouvir algo pronto, apesar de não ter a mesma fluidez característica de Bill Ward ele não perde a força em nenhum minutinho do disco, é contundente e preciso em suas batidas, consegue ser superior a todos os bateristas que passaram pelo Sabbath após a saída de Ward em 1980 – incluindo como única exceção Cozy Powell (The Jeff Beck Group; Rainbow; Whitesnake).
O álbum em si, pode ser classificado como “bom”, inferior a clássicos como Paranoid (1970) e Sabbath Bloody Sabbath (1973), mas superior aos fracos Technical Ecstasy (1976) e Never Say Die! (1978). Muito se deve a esmerada produção de Rick Rubin, que deixa a banda livre para criar, mas com aquele seu famoso “toque de Midas” em cada faixa.
O disco começa com a pesada “End of Beginning” baseando seu riff principal no famigerado “Diabolus in Musica” remete diretamente a música que abre a estreia homônima da banda em 1970, o primeiro single do álbum “God Is Dead?” soa atual e climática com uma sucessão de explosões de riffs, em “Loner” temos linhas de baixo perfeitamente construídas embaixo de um riff principal que tem cara de clássico, a psicodélica “Zeitgeist” lembra algumas experimentações como “Planet Caravan” e “Laguna Sunrise” com seu clima hipnótico movido a guitarra-acústica e percussão, “Age of Reason” coloca de vez a casa abaixo com tudo andando direitinho: guitarra, baixo e bateria perfeitamente sincopados, a sexta faixa “Live Forever” é Heavy Metal puro e evoca o espírito sabático do álbum Vol.04 (1972), a pesada “Damaged Soul” poderia muito bem ter saído no disco Master of Reality (1971) fazendo um quadrângulo perfeito com “Children of the Grave” “Lord of this World” e “Into the Void”, encerrando o disco temos “Dear Father” a melhor perfmormance vocal de Ozzy dos últimos tempos, termina assim como tudo começou em “Black Sabbath” do álbum de estreia da banda, com uma forte tempestade cheia de trovões e o badalar de um sino infernal chamando todas as almas condenadas para a Missa Negra, final mais que apropriado para este clássico da nova-era do Heavy Metal.

Faixas:

01- “End of Beginning”
02- “God Is Dead?”
03- “Loner”
04- “Zeitgeist”
05- “Age of Reason”
06- “Live Forever”
07- “Damaged Soul”
08- “Dear Father”

Membros da banda:

Ozzy Osbourne (vocal e harmonica)
Tony Iommi (guitarra e guitarra-acústica)
Geezer Butler (contra-baixo e percussão)

Banda de apoio:

Brad Wilk (bateria)

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